Adeus, Poeta
Clayton Aguiar
Dia vinte de janeiro,oito horas da manhã,
Fecha os olhos o poeta, cai á noite no sertão,
E distante na cidade dos teus sonhos
Bem longe, lá na mata da lavrinha,
Inhambu canta mais não.
E na terra da tua saudade,
Formou-se um hino na voz do teu povo,
Que saiu ás rua chorando e cantando,
Na triste certeza de não te ver de novo.
E amargurado pela dor desta saudade,
Foi abraçar-te no último adeus,
Pra dizer o quanto te amava,
Pra guardar-te bem junto dos teus.
Chore, Poço Verde,
Chore, Pé de Cedro,
Chore, olhos verdes,
Que eu também chorei
Uma saudade amarga e cruel
Do nosso poeta que subiu ao céu
E se transformou na mais linda estrela,
Que ali já brilhou.
Adeus, poeta de alma triste,
Partiste cedo demais,
Mas quando nos encontrarmos,
Vou levar-te notícias,
De Minas Gerais
Cortina da saudade
Tião do Carro e Nalva Aguiar
Queria ser um poeta, pra fazer umais um poema,
Queria ser trovador. pra poder rimar um tema.
Falar das coisas bonitas, das belezas que já vi...
Garça branca pantaneira, meu pequeno colivri,
Quase perdi a rima e o jeito de trovar,
Vendo a estampa tão bonita da querida Cuiabá.
Capital Mato-Grossense me encheu de emoção,
Me fez lembrar com carinho de uma linda canção.
As madrugadas saudosas, onde canta o sabiá,
A viola do crispim e o lindo Jardim de Alá.
A tarde fica morena na hora do sol entrar,
Parece a dor da saudade e fez meu coração chorar.
Lembrei Coromandel, da minha Minas Gerais,
Berço do grande poeta que aqui não está mais.
Plantou o pé de cedro que nunca mais vair morrer,
Me falou do Poço Verde que jamais posso esquecer.
Morou na esquina do adeus junto com a ingratidão,
cometeu pecado loiro porque sentia paixão.
Eu fiquei amargurado pela dor de uma saudade,
Está fechada pra mim a cortina da saudade.
As madrugadas saudosas, onde canta o sabiá,
A viola do crispim e o lindo Jardim de Alá.
A tarde fica morena na hora do sol entrar,
Parece a dor da saudade e fez meu coração chorar.
Grande Poeta
Amaraí
Apronte as malas , meu parceiro camarada,
Porque nesta madrugada, vamos pra Minas Gerais.
Vamos rever os amigos e parentes,
E abraçar aquela gente, que eu sempre amei demais
Vamos passar pro Triângulo Mineiro,
Terra de bons violeiros e de bonitas cidades,
De lá seguimos , pro Alto Paranaíba,
Pra encerrar nossas cantigas e sepultar a saudade.
Patos de Minas, o berço dos meus amores,
Quantas perfumadas flores desabrocham em seus jardins...
Ainda existe uma flor viva que um dia gostou de mim.
Coromandel, terra do maior poeta,
De canções tão prediletas que são tantas mais de mil...
Grande Goiá, hoje canta lá no céu,
Chora Coromandel, chora Minas, chora Brasil!
Sono do Poeta
José Furtuna e Zalo
Grande poeta que adormeceu de manhâ,
Quando a lua sua irmâ no poete repousou.
No horizonte despertava o sol menino,
Quando o sol do seu destino no seu peito se apagou.
Deixou o mundo semeado de pesias,
Que o calor, á noite e dias, deu nas trevas claridades.
Qual uma ave, o poeta foi embora,
pelo infinito afora, sobre as asas da saudade.
Você poeta, que cantou pros pirilampos,
Conversou com a flor do campo,
E entendeu o sabiá.
hoje choramos o poeta que perdemos,
todos juntos lhe dizemos,
Durma em paz grande Goiá.
Grande poeta deixa cair vossos versos,
Sobre os campos do universo, que tanto você amou.
Olha as estrelas, lindas flores de saudade,
No jardim da eternidade que em vida você cantou.
No grande livro azulado do infinito,
Seus versos estão escritos pelos raíos do luar,
E o mundo lhe manda preces, pra você descansar.