A véspera de Natal. Goiá visitava Coromandel e hospedado na casa do amigo e compadre, Osvaldo Alves da Silva, o Osvaldo Alfaieate quando bem á tardinha Goiá saiu na janela e de repente o sino da igreja velha ( Igreja Santana ) começou a tocar e a[i saiu este lindo poema.
Natal
Finda-se á tarde, Ave Maria,
Erque-se aos céus, doce harmonia,
O canto puro e angelical...
Todos as línguas, todas as gentes!
Unem-se agora, os continentes,
O mundo canta, pois é natal...
Feliz daquele que traz a sorte
De ter, enquanto não chega a morte,
vida pacata e sem rancor!
Quem vive a vida sem egoísmo, Jamais despenca-se pelo abismo,
Graças á força do criador.
Se voc~e sofre, não esmoreça,
Siga o caminho, erga a cabeça,
Creia na força que lhe conduz;
Seu lar querido é abençoado
Com a presença do mestre amado,
Nosso divino e meigo Jesus!
Veja os exemplos que há na terra,
De duas seitas abrerem guerrra
Pra defender os direitos seus...
Que ato sujo, vil e mesquinho!
Pois é bendito qualquer caminho,
Desde que o mesmo nos leve a Deus!
Nínguem na terra é tão perfeito,
Mas todo mundo tem o direito,
De alcançar aquilo que quis!
Tenho a esperança por companhia,
De braços dados com a alegria,
Cocê, por certo, será feliz!
Meus irmãozinhos de caminhada,
Vencemos juntos, longa jornada,
É mais um ano que chega ao fim...
E na pureza do sertanejo,
Sinceramente eu lhes desejo,
Tudo de bom que quero pra MIM!
A Luz do alto já nos alcança;
E o arco-íris da esperança,
Trazendo á terra novo matiz.
A alvorada do ano novo,
Iluminando a alma do povo,
Do nosso imenso e doce país!
Faça uma prece, Jesus amado:
Que neste orbe tão conturbado,
Não aconteça nada de mal,
Que o respeito seja profundo,
E a alegria domine o mundo,
na noite santa deste Natal!