Lamento
Goiá e Zacarias Mourão
Eu era feliz no mundo,
Quando estavas a meu lado,
Não pensava no futuro,
Nem lembrava do passado,
Minha vida era um presente,
Nos lugares aonde eu ia,
Eu sabia estar contente,
E a vida me sorria.
As noites eram mais belas,
E a lua mais formosa,
Mais lindas era as campinas,
E as flores mais cheirosas,
Os passarinhos cantavam,
Revoando no jardim,
Era feito para mim.
Refrão:
Eu quero que voltes,
Sem ti, não há vida,
Sem ti, não há sonhos,
venha por favor,
Estou padecendo, estou definhando,
Não posso viver sem o teu amor.
As matas eram mais verdes,
Que a própria esperança,
A natureza sorria,
Como um sonho de criança,
Era tudo mais formoso,
Mais viçoso e mais amado,
Comtemplando o teu olhar,
Quando estavas ao meu lado.
Fostes embora, fiquei só,
Padeci quando partiste,
Murcharam todas as flores,
O luar ficou mais triste,
As aves não mais cantaram,
O jardim perdeu a cor,
Tudo perdeu a beleza,
Quando perdi teu amor.
Lamento de uma saudade
Goiá e Zalo
Que noite linda ceu estrelado
a lua branca clareia o chao
na quietude de um barquinho
chora baixinho um violao
triste lamento de uma saudade
felicidade procura em vao
quem eu amava sinceramente
pagou o carinho com a ingratidao
Enchergo a vida por outro lado
nao tem firmesa meu pensamento
minha alegria se foi pra longe
como as estrelas do firmamento
sem teu amor vivo sozinho
como um barquinho jogado ao vento
desiludido sigo remando
no mar penoso do sofrimento
Mundo enganoso sorte tirana
triste destino é esse meu
que mal te fiz meu grande amor
que tao depressa me esqueceu
sou como as flores beirando a estrada
que a madrugada empalideceu
por esse mundo vivo vagando
Cumpro destino que deus me deu.
Lição de Caboclo
Goiá e Julião Saturno
Enquanto o Trindade louvava o Divino.
Surgiu um grã-fino num certo salão.
Falando horrores com ares de troça.
Da gente da roça que cuida do chão.
Mais entre os presentes um moço que ouvia.
Com diplomacia chamou-lhe atenção.
Eu venho pedir-te se mau brasileiro.
Que trate o roceiro com educação.
Jogando pra trás os cabelos compridos.
Num gesto atrevido falou arrogante.
Quem és ó caipira com esta roupança?
Te dar confiança me é humilhante!
Meu pai tem riqueza e na sociedade.
Só faço amizade com gente importante.
E quem te apóia caipira atrasado.
Procura atestado de ignorante.
Respondeu o moço com educação.
Vim ver o sertão onde fui criado
Agora a verdade tem que vir à tona.
Não me impressiona teu papo furado.
Que vale essa estampa de rico fingido.
Se és atrevido e mal educado.
Sou pobre e humilde mais digo a verdade.
Que na faculdade eu fui diplomado.
Respeito e defendo o nosso roceiro.
Que ganha o dinheiro lavrando o chão.
Tem deles coitados de alguns que enriquecem.
E ás vezes se esquecem que comem feijão.
Ouvindo esta frase toda a caboclada.
Em fila formada apertaram-lhe a mão.
E o moço grã-fino vencido bradava.
Eu não esperava por esta lição.
Luiz de minha alma
Goiá e Osvaldo Alves da Silva
Não me abandones, luiz de minha alma,¨
Que vale a vida sem teu amor?
Amarga hora desta partida,
Na despedida, choro de dor,
Adeus, criança, menina grande,
Levas a alma de um sonhador.
Refrão:
Eu reconheço a minha culpa,
Te abandonei, te judiei, te fiz sofre,
Mas hoje sei quanto te amo,
E que sozinho não compensa nem viver.
Dentro da noite de amrgura,
A mente vaga na amplidão,
E amanhã, por essas horas,
Onde andará meu coração?
Talvez amando a outro alguém,
Enquanto eu morro na solidão.
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